Na Africa do Sul: Embrace Dignity Advoga pelo Fim da Prostituição

Na Africa do Sul: Embrace Dignity Advoga pelo Fim da Prostituição


Date: September 18, 2014
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Maputo, 11 de Setembro: Uma organização não-governamental sul-africana dos direitos humanos da mulher, sem fins lucrativos, estÁ¡ a trabalhar, desde 2010 – ano do mundial de futebol na África do Sul, na inserção de mulheres que tencionam abandonar a prostituição.

A Embrace Dignity, de acordo com a Directora Executiva da organização, trabalha com a sociedade civil e o governo na defesa de uma reforma que reconheça a prostituição como uma das formas de violência contra a mulher.

Nozizwe Madlala-Routledge explicou a Gender Links News Service que “também defendemos a introdução, na Africa do Sul, de uma lei que vai pôr fim Á  exploração sexual das mulheres, raparigas e rapazes À“ um mal social que se aproveita da vulnerabilidade das pessoasÀ.

A responsÁ¡vel pela Embrace Dignity visivelmente agastada questiona como é possÁ­vel que a África do Sul, um paÁ­s dos mais desenvolvidos do continente, ainda convive com a exploração sexual de mulheres e raparigas, a maior parte das quais, traficadas de paÁ­ses como Zimbabwe, Angola, CamarÁµes, República DemocrÁ¡tica do Congo, Moçambique, Suazilândia, Lesoto, Malawi, Zâmbia e Nigéria.

Madlala-Routledge acredita que estas mulheres escravas sexuais caem no trÁ¡fico por causa da pobreza e do analfabetismo. Acredita ainda que as falsas promessas dos seus raptores que incluem bolsas de estudo, emprego e melhores condiçÁµes de vida, as tornam potencialmente vulnerÁ¡veis ao seu assédio. Pois, “na verdade, as raptadas desaguam em negócios ilÁ­citos, incluindo a indústria do sexo que destrói as suas vidasÀ.

Madlala-Routledge estima que, na África do Sul, a prostituição e o trÁ¡fico de pessoas podem estar a envolver cerca de 200.000 (duzentas mil) pessoas, principalmente do sexo feminino, profissionalizadas como trabalhadoras do sexo, pelas gangs traficantes.

De Moçambique, um paÁ­s vizinho, são anualmente traficadas para África do Sul, cerca de mil jovens raparigas, entre 14 e 24 anos, maioritariamente oriundas das provÁ­ncias de Maputo e Gaza, no Sul e Nampula, no norte do PaÁ­s, de acordo com um relatório da Organização Internacional da Migração (OIM), em nossa posse.

O trÁ¡fico de pessoas, particularmente de crianças, de acordo com a organização não-governamental Terre dos Hommes era até o ano de 2011, o terceiro negócio mais lucrativo do mundo, depois do trÁ¡fico de armas e de drogas.

A Organização Internacional da Migração denunciou por outro lado que as mulheres e crianças traficadas são usadas como mão-de-obra nas machambas, nas casas de pasto e na prostituição, outras hÁ¡ que são vendidas como esposas de mineiros.

Para inverter este quadro sombrio sobre o futuro da jovem rapariga a organização, Embrace Dignity, em coordenação de vÁ¡rios outros parceiros estÁ¡ desencadeando uma campanha de lobbies junto do parlamento Sul-Africano para que este adopte leis severas contra a prostituição e o trÁ¡fico de pessoas na terra do Rand, ou seja, na maior potência económica da Africa.

Outras acçÁµes da Embrace Dignity incluem campanhas de desencorajamento da prÁ¡tica espontânea e voluntÁ¡ria da prostituição e do trÁ¡fico humano.

Presentemente, aquela organização sul-africana de direitos humanos trabalha com antigas trabalhadoras de sexo, vulgo prostitutas, na restauração da sua dignidade e na sua integração na sociedade.

Madlala-Routledge, da Embrace Dignity, explicou que a organização estÁ¡, neste momento, a direcionar as suas acçÁµes na superação do trauma das trabalhadoras de sexo, ora integradas na sua rede de apoio psico-social, com o finto de as devolver a auto-estima, para que rapidamente, elas possam voltar a liderar as suas vidas.

O programa é conhecido por “Sister-for-sister leadership ProgrammeÀ, o mesmo que programa de liderança irmã-para-irmã, que consiste na formação das antigas trabalhadoras de sexo em matérias de pequenos negócios, culinÁ¡ria, empreendedorismo, poupança, planificação, gestão e contabilidade.

Uma vez formadas, as beneficiÁ¡rias que apresentarem bons projectos de realização de negócios, são concedidas empréstimos para iniciarem o seu negócio.

“… JÁ¡ estamos a realizar alguns empréstimos nas Á¡reas de confecção de alimentos, incluindo pequenos-almoços, lanches e churrascos junto a terminais de tÁ¡xis…À – esclareceu Madlala-Routledge.

“Estes pequenos negóciosÀ, destacou Madlala-Routledge “permitem que as beneficiÁ¡rias do programa não tenham que competir no mercado do emprego com pessoas que tem formação universitÁ¡ria, num paÁ­s com alto Á­ndice de desempregoÀ.

Na África do Sul, estima-se que o desemprego aumentou de 87 mil para 5.2 milhÁµes de sul-africanos, do primeiro ao segundo trimestre do ano em curso, até agora, os números de desemprego mais gordos desde a introdução, em 2008, naquele paÁ­s, do inquérito trimestral da mão-de-obra local.

O programa de liderança irmã-para-irmã, de acordo com a Directora Executiva da Embrace Dignity, estÁ¡ a lograr efeitos positivos, na medida em que as mutuÁ¡rias jÁ¡ estão a realizar bons lucros, por um lado e por outro, estão a conseguir realizar os reembolsos que são aplicados noutras beneficiÁ¡rias.

A Embrace Dignity apela e encoraja, por isso, ao governo sul-africano e Á s organizaçÁµes de direitos humanos, naquele paÁ­s do Rand para desenharem programas de apoio Á s antigas trabalhadoras de sexo, tendo em conta também, o número de pessoas que tencionam abandonar a prostituição.

José Tembe é o editor da Gender Links em Maputo. Esta história faz parte do Serviço de NotÁ­cias da Gender Links, oferecendo novos pontos de vista sobre o dia-a-dia da actualidade informativa.

 


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