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O Município de Chimoio, participou da 5ª Cimeira nacional de boas práticas, realizado pela Gender Links, nos dias 27 e 28 de Julho de 2018. Como prática costumeira, os municípios mostraram o trabalho que vem desenvolvendo ao longo do tempo, e este foi avaliado por um juri que pretendia encontrar os melhores exemplos e premeia-los como forma de reconhecimento e incentivo para que continuem a empregar esforços na resoluçao dos problemas que afectam as comunidades.
Desta vez o Municipio de Chimoio foi contemplado com o segundo lugar na Categoria de Mobilizacao de recursos- Municipio urbano, e quem fez-se ao podio foi o vereador manuel Mussalafo, que responde pela área da saúde e Acção Social.
Mussalafo conta como foi o trajecto e o aprendizado que teve nesses anos de partilha de experiencia com a Gender Links. O primeiro ponto marcante desta aprendizagem foi a formação, na qual aprendemos sobre os objectivos, os indicadores, transformando-os em plano de acção , onde se pode quantificar. Aprendemos sobre o protocolo da SADC, bem como a planificação da sua implementação.
Antes da capacitação, achava que género promoção da mulher, mas aprendemos que os dois, tanto homem assim como mulher devem estar inclusos. Por exemplo, fazemos a promoção de actividades que eram tidas como meramente masculinas, ou seja, somente os homens podiam fazer, mas agora as mulheres podem exercer essas funções, caso estejam dispostas e queiram fazer.
Temos um programa de contemplação de cursos antes tidos como masculinos, agora para mulheres. EX: Canalização, electricidade. As actividades masculinas são as que geram maior rendimento, razão pela qual, incentivamos as mulheres a seguirem por essas áreas, pois assim, poderão melhorar o seu rendimento. Como vereador, o meu trabalho é voltado a realização de palestras para a mudança de atitude, nas escolas, hospitais e nos locais de trabalho. As principais áreas de trabalho, são a redução da desistência precoce da escola, por parte das raparigas, a redução dos casamentos prematuros, e o patrocínio de cursos para o envolvimento de mulheres na vida económica do município. E a nossa meta é de 15%. O nosso país é pobre e a maior parte da população são mulheres e para que haja desenvolvimento é preciso que haja a participação de ambos, ou seja, homens e mulheres. Não podemos ver a mulher como um ser social apenas para procriar, pois a mulher tem capacidades para participar do desenvolvimento da comunidade.
As informações são tansmitidas através de conversas e capacitações. Nas sessões anuais também são aboradados pontos sobre o género. Estas são as oportunidades para transmitir o conhecimento que temos, bem como nas palestras na comunidade. Os principais desafios que enfrentamos durante o nosso trabalho são a resistência a mudança de comportamento. Há uma tendência de não acatamento dos valores que se tansmitem nas formações, mas para ultapassá-las usamos a persistência e mostamos evidências que provam que aquilo que se tansmite. Por exemplo fazemos comparações entre famílias em que o casal traz renda para casa, com as familias em que apenas o marido trabalha e traz renda. Mostramos aos munícipes a mais valia das contribuições que as mulheres trazem para casa.
Pretendemos continuar a capacitar os colegas para que sejam capazes de dar continuidade aos trabalhos iniciados. Queremos fortalecer a participação da mulher nas discussões e actividades mudanças climáticas. Estamos em busca de um equilíbrio social, para que não haja discriminação entre os seres só pela sua formação biológica; que haja oportunidades iguais para todos, tanto homens assim como mulheres.
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