
SHARE:
Joaquina Namburete, é uma mulher comprometida com a causa que defende. Com 59 anos de idade e licenciada em Química, actualmente trabalha no Município da Cidade de Inhambane como vereadora para a área da Mulher e acção social.
Em 2012, o nosso município passou a integrar o programa da Gender links, na categoria de Governação local, e durante esse tempo acompanhei a formação de 20 mulheres sobreviventes de violência doméstica, mães solteiras, viúvas que se tornaram mulheres chefes de família. Foram formadas na área de empreendedorismo e violência baseada no género.
O município participou em três cimeiras, nas quais concorreu para a categoria de centros de excelência, e foi por duas vezes consecutivas vencedor do primeiro lugar, nos anos de 2014 e 2015. Este ano, 2018, participamos da 5ª cimeira onde concorremos para a categoria de Mobilização de recursos- Município urbano, onde ficamos qualificados no primeiro lugar.
O meu trabalho engloba a área social e a área de programa estratégico para a redução da pobreza urbana. Na área social trabalhamos com idosos, crianças, mulheres e homens. Todos estes pertencem a um escalão de pessoas vulneráveis. As pessoas abandonadas e desabrigadas damos abrigo, as mulheres desempregadas procuramos arranjar uma ocupacao, as criancas que não vão a escola inserimo-las de volta. Existe um financiamento que é dado a pessoas vulneráveis, especialmente aquelas que não tem emprego, e esse financiamento está incluso no programa estratégico para a redução da pobreza urbana (PERPU).
Vereadora Joaquina recebendo a distinção pelo seu muinicipio
No âmbito social realizamos também casamentos colectivos, para aquelas pessoas que desejam oficializar a relação, mas não tem condições de o fazer.
Anualmente o município organiza um festival da mulher municipal que reúne cerca de 500 mulheres provenientes dos diversos bairros. O festival tem como objectivo a troca de experiencias entre as participantes, atraves do convívio cultural. As mulheres concorrem e ganham prémios.
Como parte do nosso projecto de empoderamento da mulher, introduzimos um curso de corte e costura como forma de minimizar o desemprego. Temos também um grupo de mulheres que garante a manutenção do saneamento da cidade, e o seu desempenho tem nos deixado bastante felizes, tanto é que no ano passado, fomos considerados pela 9ª vez consecutiva como a cidade mais limpa do país.
Desde que existe essa parceria eu aprofundei os meus conhecimentos sobre o género. A nível do munícipio começamos a rever alguns conceitos e procedimentos que vinhamos tendo. Por exemplo na concessão de Duat’s agora olhamos para a questão de género, para podermos justificar se nesse aspecto existe ou não o equilíbrio de género.
Para além disso, realizamos seminários e palestras para falar da importância da inclusão de género e de pessoas com deficiência, bem como o estímulo para a permanência da rapariga na escola. Cada familia é um mundo, algumas acatam as mensagens transmitidas e outras nem por isso.
A nível pessoal, antes eu pensava que os trabalhos masculinos devessem ser executados somente por eles, mas hoje tenho uma outra visão e tento transmití-la aos outros. Hoje sei que tanto homens assim como mulheres podem executar as mesmas tarefas. Em casa tento convencer os meus filhos a dividirem as tarefas domésticas. No princípio havia uma resistência da parte dos rapazes, mas aos poucos vamos ultrapassando esses esteriótipos.
Os principais desafios são:
Como forma de responder a esses desafios, traçamos algumas estratégias:
Clica aqui para ler mais sobre o municipio de Inhambane
Comment on Mozambique: Hoje tenho uma outra visão sobre o género