Moçambique: Mulheres pouco motivadas pela campanha eleitoral

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Macie, 13 de Outubro: No PaÁ­s, prossegue pela quinta semana, a campanha eleitoral dos candidatos presidenciais e partidos polÁ­ticos, no âmbito das quintas eleiçÁµes gerais e primeiras das assembleias provinciais de 15 de Outubro, próximo.

De um modo geral, cresce nos 13 cÁ­rculos eleitorais, incluÁ­dos os dois na diÁ¡spora, a franja popular de apoio Á s principais candidaturas, nomeadamente; Frelimo, Renamo e Movimento DemocrÁ¡tico de Moçambique À“ MDM cujos seus presidenciÁ¡veis arrastam multidÁµes por onde passam na sua caça ao voto do eleitorado.

A ProvÁ­ncia de Gaza, no Sul do PaÁ­s vai eleger 14 deputados para o parlamento nacional e 70 membros para a assembleia provincial, tendo inscrito 591 mil 194 eleitores.

O Distrito de Bilene, com 72 mil 281 eleitores inscritos é o quinto mais importante de Gaza, depois dos distritos de Xai-Xai, Chokwe, Chibuto e Cidade de Xai-Xai.

Apesar deste aparente peso eleitoral, Bilene, em particular, na sua vila Municipal da Macie, as mulheres não encaram com muito entusiasmo a presença dos partidos polÁ­ticos de caça ao voto quando falta pouco menos de duas semanas para o fim da campanha eleitoral, no PaÁ­s.

As mulheres, que constituem um importante capital eleitoral em Moçambique, se comparadas Á¡ presença tradicional dos homens nas urnas nos dias da votação dizem que ainda não tiveram tempo para se informar sobre os manifestos eleitorais dos candidatos presidenciais e dos partidos polÁ­ticos que disputam a presidência da república e os 250 mandatos, na assembleia da república e 811 assentos nas assembleias provinciais.

Pelo que, sem dados tangÁ­veis que sirvam de barómetro nas opçÁµes de voto, para essa franja do eleitorado, a escolha dum partido ou de outro é uma questão de simpatia.

As mulheres entrevistadas alegam o facto tempo para justificar a sua fraca posse de informação sobre os programas dos partidos polÁ­ticos que esperam pelo seu voto, no dia 15 de Outubro próximo, em cada cÁ­rculo eleitoral.

Ainda assim, na Macie, lÁ¡ estão elas, a cuidar da alimentação dos fazedores da campanha, dos integrantes das caravanas e dos grupos de contacto interpessoal, faça chuva, faça sol, seja de manhã, de tarde ou de noite, apesar, segundo elas, do fraco reconhecimento da importância destas tarefas, em altura de campanha eleitoral.

No terreno, constatamos por outro lado que apesar de o eleitorado feminino estar em maior numero, se comparado com o eleitorado masculino, nos partidos polÁ­ticos, os cargos de representação, na sua maioria, são tomados pelos homens.

Victória Dzimba, residente daquele distrito disse que algumas mulheres se simpatizam com os partidos sem ter em conta, se o seu manifesto eleitoral inclui questÁµes sobre o género.

As mulheres que afirmam não ter tempo para se informar, na sua maior parte são comerciantes e camponesas, dai que nos seus afazeres não lhes sobre tempo para se inteirar dos processos eleitorais.

Laurinda Matavele, camponesa, a residir naquela vila autÁ¡rquica, disse que todo o seu tempo é dedicado Á  actividade da machamba que lhe garante o seu sustento, para além de cuidar da sua casa.

Laurinda admitiu porem que sabe que tem o direito de escolher quem deve governar o PaÁ­s.

Por isso, apesar de não poder participar na campanha eleitoral por falta de tempo, jÁ¡ sabem em quem vai votar.

Um residente da Macie que preferiu o anonimato afirmou que a sua esposa só vai votar no partido e no candidato que for da sua preferência, pois, numa casa onde se vive em harmonia, o marido e a esposa partilham a mesma cumplicidade nos seus feitos como um núcleo familiar coeso.

Maria Helena, comerciante de Bilene, assegura que vai votar no dia 15 de Outubro próximo, mas não tem qualquer envolvimento na campanha eleitoral, em curso até 12 de Outubro.

Sérgio Cossa defende por sua vez que as mulheres, sendo um potencial eleitoral deviam se informar, para em consciência, escolherem o próximo presidente da república e os mandatÁ¡rios do povo para o parlamento nacional e para as assembleias provinciais, em cada cÁ­rculo eleitoral, a excepção de Maputo-Cidade e a diÁ¡spora.

As mulheres de Macie escolhem aquilo que os maridos escolhem por falta de informação À“ rematou, Cossa.

A Vila da Macie, no Distrito de Bilene, em Gaza, é autarquia desde as eleiçÁµes autÁ¡rquicas de 20 de Novembro de 2013.

A autarquia é a capital económica do Distrito de Bilene, onde a maioria das pessoas têm acesso aos meios de comunicação de massa, com destaque para a Radio e Televisão pelo que não se pode colocar, a priori, a falta de informação sobre eleiçÁµes e género.

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“Este artigo faz parte da serie especial do Serviço Noticioso da Gender Links sobre a formação da mÁ­dia em matérias de género e eleiçÁµes em Moçambique.”