Moçambique: Namaacha assinala campanha eleitoral desproporcional

Moçambique: Namaacha assinala campanha eleitoral desproporcional


Date: October 13, 2014
  • SHARE:

Normal 0 false false false EN-US X-NONE X-NONE

Namaacha, 13 Outubro: A vila municipal de Namaacha, provÁ­ncia de Maputo, estÁ¡ viver um cenÁ¡rio de campanha eleitoral desproporcional dos partidos polÁ­ticos e candidatos concorrentes aos pleitos eleitorais de 15 de Outubro, próximo.

Ao 14 º dia da campanha, altura em que a nossa equipa de reportagem escalou o local, apenas um candidato se notabilizava nas artérias daquele municÁ­pio, no extremo sul da provincia de Maputo.

Á€ entrada de Namaacha é visÁ­vel a presença de material de propaganda eleitoral de apenas dois partidos e dos respectivos candidatos presidenciais, nas eleiçÁµes gerais de 15 de Outubro próximo.

Estamos a falar respectivamente, de Daviz Simango, do MDM À“ Movimento DemocrÁ¡tico de Moçambiqu, na oposição e de Filipe Nyusi, da Frelimo, partido no poder.

Um dÁ­stico esticado sob a estrada, que dÁ¡ acesso Á  Sede Distrital de Namaacha, exibe as imagens do candidato presidencial da Frelimo além das boas vindas, Á quela vila fronteiriça.

Mais adiante é possÁ­vel visualizar tambem o material propagandÁ­stico do MDM e do seu Candidato Presidencial Daviz Simango, com destaque para as imagens do candidato, simbolos do MDM, enttre outros posters de campanha, colados na placa indicativa do nome da vila, o que aliÁ¡s é proibido na lei eleitoral.

Dentro da Vila, em toda a sua extensão, quase não se via qualquer material de campanha de partidos polÁ­ticos, para além dos panfletos e outdoors do partido Frelimo e do seu candidato, Filipe Nyusi.

Longe de cenÁ¡rios como caravanas e comÁ­cios vimos os homens trajados de camisetes multicolores da bandeira da Frelimo com a imagem estampada do candidato Filipe Nyusi enquanto as mamanas amarravam capulanas com a cara de Nyusi ora com os simbolos do seu partido Frelimo, o batuque e a maçaroca.

A filiação partidÁ¡ria, os dois mandatos de governação do Presidente Guebuza, as promessas dos candidatos presidenciais e o manifesto dos partidos polÁ­ticos, constituem os principais elementos de orientação do voto do eleitorado na Namaacha.

A Vereadora Municipal da Área Social em Namaacha, Anabela Mendes, sem indicar o partido ou candidato presidencial, deu a conhecer que toda a sua familia vai votar o mesmo candidato e partido.

Mendes justificou que trata de um partido que a sua familia considera melhor para governar Moçambique.

Quando questionada se o seu sentido de voto mudaria se o seu marido mudasse a sua orientação de voto, a vereadora disse um “nãoÀ categórico e explicou-se:

“… Sou livre de escolher quem eu quiser. No dia de votação estarei na cabine sozinha e com o meu voto secreto. Partilho as mesmas ideias com o meu marido, mas ele não é nenhum autoritÁ¡rio…À, disse.

Questionada sobre o critério que usou para direccionar o sentido do seu voto Anabela Mendes disse tratar-se de uma sua aliança polÁ­tica, uma vez que o seu partido escolhe pessoas idóneas para as eleiçÁµes e o manifesto é produzido pelo partido.

Quem, dos nossos entrevistados, olhou para a actual governação para decidir o sentido do seu voto foi

Maló Gune, 33 anos de idade e Arina Xavier, de 21 anos, ambos residentes em Namaacha, encontraram na actual governação, o ponto de orientação do seu sentido de voto.

Qualquer um deles, nâo deixou claro se dÁ¡ nota positiva ou negativa aos dois mandatos de governação do partido no poder.

Gune destacou contudo que jÁ¡ escolheu o seu candidato que lhe dÁ¡ garantias de desenvolver o PaÁ­s, para quem o envolvimento da mulher na presente campanha é positivo.

Marta Paulo, 50 anos de idade, tambem residente na Namaacha, revelou que deu orientação ao seu voto, embora tenha confessado que até Á  data da entrevista ainda não tinha lido nenhum manifesto eleitoral de qualquer que seja o partido polÁ­tico ou candidato presidencial.

Num contacto com um grupo de jovens residentes na Vila da Namaacha, a nossa repotagem soube que não faz parte dos hÁ¡bitos do eleitorado de Namaacha, analisar os manifestos eleitorais, para dar uma orientação de causa-efeito ao voto.

Com a realização das presentes eleiçÁµes, emergem com escurtÁ­nio as questÁµes de equidade de género e a participação da mulher nos cargos de tomada decisão, no paÁ­s.

Questionados Á  propósito, parte dos nossos entrevistados divergem quanto ao papel da mulher na sociedade moçambicana.

Anabela Mendes mostrou-se optimista e defender que a mulher jÁ¡ justifica subir a fasquia da sua participação nos cargos de tomada de decisão em 60 %, uma vez que a mulher é maioritÁ¡ria na população moçambicana.

A estudante universitÁ¡ria, Zélia Macúacua, 28 anos de idad, apesar de estar entusiasmada com as acçÁµes em curso de empoderamento da mulher, não acredita que a realização das presentes eleiçÁµes gerais poderÁ¡ ir para além da fasquia de 45%, no equilÁ­brio do género.

Marta Paulo apela aos homens para considerar a mulher como parte do desenvolvimento do PaÁ­s, pois segundo defende, “sem a inclusão da mulher não hÁ¡ desenvolvimento de qualquer que seja o PaÁ­sÀ.

Os cinco jovens que conversaram com a nossa equipa foram unânimes em considerar a mulher capaz de ombrear lado-a-lado com a mulher em prol do desenvolvimento do PaÁ­s. Entretanto, apontam as rivalidades entre as mulheres, a falta de auto-estima, como os estereótipos a serem sanados pela própria mulher, para que ela possa ascender aos cargos de tomada de decisão em Moçambique.

Artigo escrito por Dalton SitÁµe, estudante da Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane em Maputo. Esta história faz parte do Serviço de NotÁ­cias da Gender Links, oferecendo novos pontos de vista sobre o dia-a-dia da actualidade informativa

 


Comment on Moçambique: Namaacha assinala campanha eleitoral desproporcional

Your email address will not be published. Required fields are marked *