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De alguma forma as terminologias em inglês que pescamos nas reuniÁµes e cimeiras sobre o género na região acabam ficando connosco de modo a que inconscientemente as reproduzimos mesmo em ambientes onde se fala português.Em plena Conferência Nacional de Quadros da Frelimo (partido a que pertenço) na Matola, intervim solicitando a direcção mÁ¡xima do partido, afirmando que sendo os partidos polÁticos a candidatar as pessoas aos órgãos eleitos, as mulheres moçambicanas deviam passar a ter o direito a 50% da quota, atingido uma paridade, e usei o termo em inglês Fifty/fifty, para dar mais peso a afirmação.
A intervenção foi muito aplaudida pelas mulheres, que afinal são sempre a maioria nas reuniÁµes apesar de serem a minoria na direcção. A partir daquele momento passaram chamar-me senhora fifty/fifty. Sou uma mulher que sempre lutou pelos direitos das mulher e das crianças. Por isso que em 1997 criei a MUCHEFA (Associação Moçambicana pelo Desenvolvimento da Mulher Chefe de FamÁlia). EstÁ¡vamos nos momentos após guerra e era preciso cultivar nas mulheres o gosto pelos desafios de lutar e a ânsia de vencer, assim fizemos.
Ser lÁder da MUCHEFA torna-me conhecida junto a comunidade através das actividades por nós realizadas que agradam a comunidade. Como resultado, em 2008 sou indicada e eleita Presidente do Conselho Municipal da Vila de Mandlakazi. Tive dois momentos com a GL em 2011. O Priméiro foi o workshop estratégico que teve lugar no Hotel Cardoso em Maputo e o segundo em Joanesburbo na Segunda Cimeira Regional Sobre o Género e Governação Local. Da experiência com a GL aprendi a priorizar a planificação participativa na perspectiva do género; a processar os dados municipais na perspectiva do género e a implementar as actividades municipais de modo a beneficiar a todas as esferas sociais e munÁcipes na perspectiva de género.
Devido a inteiração com a GL, a minha abordagem em relação as questÁµes de género mudou. Isso deveu-se ao facto de ter-me apercebido que era preciso planear as minhas actividades de modo que no final pudesse compreender como as mulheres e os homens ficariam benefiaciados com a intervenção de forma a responder as preocupaçÁµes de cada um dos grupos. O Contacto e interacção com a GL Moçambique, em particular com a senhora Mevasse Sibia influenciou a minha mudança e a minha percepção sobre as questÁµes de género. Como fruto do trabalho com a GL melhorei a minha auto-estima; a minha capacidade de abordar as questÁµes de género; e sinto-me mais capacitada a desempenhar as minhas funçÁµes em prol da mulher.
Existem outros factores que contribuÁram para a minha mudança de mentalidade e crescimento profissional como: o meu interesse pelas questÁµes ligadas a mulher e a criança. A MUCHEFA, associação que trabalha em prol dos direitos da mulher e da criança, motiva-me a participar em muitos encontros, seminÁ¡rios e cimeiras sobre os assuntos de género e desenvolvimento.
Assim como meu gosto pela leitura e informação em prol da mulher.
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