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Este caso da adolescente identificada em Noticias nos convida a uma reflexao profunda sobre o que efectivamentequeremos que o nosso pais seja. O caso desta jovem e apenas um de tantosque acontecem todos os dias.
Ha poucas semanas tomei conhecimento da morte de uma menor que esperava gemeos, mas que no processo de parto ela perdeu a vida e apenas um dos bebes sobreviveu. Nao posso explicar as razoes que levaram os pais a deixarem que uma menor levasse a gravidez (de risco) ate ao final. Eventualmente o receio de serem presos, como aconteceu com
a menina de que falamos agora.
Este e um aspecto que acho que a sociedade mocambicana deve deixar de ser hipocrita e enfrentar os problemas de frente.
Neste pais, os ricos fazem aborto quando querem. Apenas as mulheres pobre tem que se sujeitar a abortos inseguros e ainda sofrerem a penalizacao da policia por causa de uma lei que ate os proprios Portugueses, que nos deixaram a lei, ja nao a usam.
Mas o outro aspecto que me preocupa neste caso da menina detida e a forma como o jornal Noticias tratou a questao: expos a menina de uma maneira tal que de agora em diante o seu futuro esta comprometido.
Se a identificacao que o jornal apresenta e real, entao esta rapariga, para alem de ter que sofrer nas maos da justica, estara para sempre condenada pela sociedade.
Eu acho que o jornal tinha outras formas de abordar esta questao, sem necessariamente ter que expor a menina da maneira como fez.
Eu acredito que se nao fosse proibido fazer aborto, e se tambem nao custasse dinheiro, essa menina teria ido ao hospital e pedir para fazer o aborto.
Para mim essa menina nao e nenhuma criminosa; ha tanto bandido solto por ai e acho errado e insensivel apresentar essa menina como uma criminosa.
O jornal perdeu a oportunidade de questionar as autoridades sobre as razoes da nao revisao da codigo penal que proibe o aborto, que e isto que remete as mulheres ao aborto clandestino.
O problema do aborto clandestino e serio no nosso pais, infelizmente a sociedade prefere fazer de contas que nao sabe disto.
0 thoughts on “Aborto clandestino e etica jornalistica”
Prezados Senhores,
Nós, professores e alunos, do Núcleo do Projovem Urbano da Escola Municipal Stela Fidelis (Muriaé-MG – Brasil), estamos debatendo comunicação e informação, e gostarÃÂamos muito de uma opinião técnica sobre este assunto em nosso blog..
Desde já agradecemos a atenção
Fernando Antônio de Oliveira
http://projovemuriae.blogspot.com/2010/10/os-professores-do-projovem-falando-de.html
http://projovemuriae.blogspot.com/2010/10/existo-logo-comunico.html