Moçambique: Género e EleiçÁµes

Moçambique: Género e EleiçÁµes


Date: October 13, 2014
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Maputo, 13 de Outubro: Moçambique realiza a 15 de Outubro próximo, as quintas eleiçÁµes gerais e a primeira eleição dos membros das assembleias provinciais.

Para esta eleição concorrem três candidatos presidenciais, nomeadamente, Filipe Nyusi, pela Frelimo – partido no poder, Afonso Dhlakama, pela Renamo – o maior partido da oposição no PaÁ­s e Daviz Simango, pelo MDM À“ Movimento DemocrÁ¡tico de Moçambique – a terceira maior força polÁ­tica emergente do PaÁ­s com assento no parlamento moçambicano.

Para as eleiçÁµes legislativas, concorrem 30 partidos, incluÁ­dos a Frelimo, Renamo e MDM, aliÁ¡s os únicos partidos que disputam os 250 assentos nos 13 cÁ­rculos eleitores incluindo África e resto do mundo.

A mulher moçambicana, população maioritÁ¡ria de acordo com o censo geral da população 2007, constitui um potencial eleitoral se comparado com o voto masculino.

O potencial da mulher foi alavancada pelos programas de emancipação da mulher e de empoderamento da mulher, no âmbito da implementação da polÁ­tica do género, em Moçambique, desde os primórdios da luta de libertação nacional.

Com efeito, em todos os pleitos eleitorais a mulher moçambicana tem marcado presença destacada tanto nas campanhas eleitorais dos candidatos presidenciais, como nas campanhas dos partidos polÁ­ticos, com destaque para o Partido Frelimo que ainda na luta armada de libertação nacional engajou a mulher nas tarefas da revolução e na frente de combate.

Hoje por hoje, a mulher marca diferença nas caravanas polÁ­ticas de caça ao voto.

O Distrito de Namaacha, na ProvÁ­ncia de Maputo não foge Á  regra. A mulher para além de mobilizar os eleitores indecisos, na opção a dar ao seu voto, estÁ¡ na dianteira na animação das caravas de campanha, através de apresentação de actividades culturais, da distribuição e colagem de material de propaganda tais como; cartazes, panfletos, dos sÁ­mbolos de partidos polÁ­ticos e outros atractivos de caça ao voto do eleitorado.

Ana Paula Tembe é residente na localidade de Michangulene, no Distrito de Namaacha. Antiga secretÁ¡ria da Organização da Juventude Moçambique (OJM), apesar de não conhecer ainda o manifesto eleitoral, diz ter jÁ¡ escolhido, o partido de sua preferência para o qual tem estado a mobilizar mais apoiantes.

Ana Paula ariscou declarando que no Distrito de Namaacha apenas o seu partido estÁ¡ presente com actividades de campanha eleitoral e acrescentou: “… É possÁ­vel que haja apoiantes de outros partidos, mas ainda não se manifestaram, se calhar, a temer possÁ­veis represÁ¡lias por parte da oposição.À

O professor Fanuel Mathusse assegura que vai exercer o seu direito cÁ­vico, no próximo dia 15 de Outubro e jÁ¡ sabe em quem vai votar.

Mathusse faz notar ainda que o seu voto, por tradição, é destinado a um mesmo partido polÁ­tico.

A sua esposa, Isabel Nhabanga, afirmou que as suas escolhas, de alguma maneira, são também influenciadas pelas escolhas do marido pois segundo defende; “…não deve haver dois partidos numa mesma casa…À.

Isabel acrescentou que no dia em que o seu marido mudar a sua orientação de voto, ela também irÁ¡ seguir o seu exemplo.

Em relação Á  mulher no poder, Fanuel Mathusse considera positivo que haja mulheres a ocupar cargos de chefia, desde que reúnam as condiçÁµes para tal.

Entretanto, defende que a presença feminina no parlamento nacional moçambicano, não deve ir para além de 30% porque, segundo defende Mathusse, as mulheres ainda são fracas na sua auto-estima, enquanto os homens estão em princÁ­pio predisponÁ­veis para exercer cargos de chefia e de tomada de decisão.

AliÁ¡s, 30 por cento de mulheres no parlamento moçambicano é a actual directiva do estatuto orgânica da presente legislatura.

A vereadora da Acção Social no Distrito de Namaacha, Anabela Mendes, tem uma opinião diferente a do Mathusse e defende que as mulheres deviam estar no parlamento na ordem de 60%,em relação aos mandatos da legislatura porque só assim elas poderão demonstrar as capacidades que detêm.

Contudo, admite Anabela Mendes, “… Quando é dado o poder Á s mulheres, elas receiam assumi-lo com medo de fracassar e pelo desencorajamento por parte de outras mulheres…À.

Ricardina Manuel apoia o envolvimento de mulheres nos cargos de chefia porque acredita nas competências da mulher para realizar tais feitos tal como os homens o fazem.

Contudo, Ricardina não se revê entre essas mulheres capazes porque confessa que não almeja ocupar tais cargos, ao mesmo tempo que sublinha que só ocuparia tais cargos se lhe chamassem e sem que ela faça algum esforço para lÁ¡ chegar.

Fanuel Mathusse declarou prestar, sempre que pode, apoio Á  sua esposa, nos trabalhos domésticos porque concorda que o homem deve ajudar a sua mulher nos trabalhos domésticos.

Opinião contrÁ¡ria é de João Nguana que defende que só faria trabalhos domésticos se a esposa estivesse doente, caso contrÁ¡rio nunca.

Claro LuÁ­s é residente do Bairro de Kala Kala, na vila fronteiriça da Namaacha, no distrito do mesmo nome diz que gostaria de ver melhorado o sistema de abastecimento de Á¡gua, cuja distribuição é actualmente bastante precÁ¡ria.

Ana Paula Tembe reclama por sua vez, pela falta de edifÁ­cios que possam albergar as vÁ¡rias instituiçÁµes públicas no distrito, aliÁ¡s, este um dos principais problemas que gostaria de no próximo mandato, além da construção de mais escolas e hospitais públicas sobretudo.

Estes, alguns dos recados dados aos partidos polÁ­ticos que até 12 de Outubro se fazem Á s ruas de Namaacha, na caça ao voto do eleitorado, rumo Á  votação de 15 de Outubro próximo, para as quintas eleiçÁµes legislativas e presidenciais e as primeiras eleiçÁµes para as assembleias provinciais.

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“Este artigo faz parte da serie especial do Serviço Noticioso da Gender Links sobre a formação da mÁ­dia em matérias de género e eleiçÁµes em Moçambique.”

 

 


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