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Maputo, 13 de Outubro: Moçambique realiza a 15 de Outubro próximo, as quintas eleiçÁµes gerais e a primeira eleição dos membros das assembleias provinciais.
Para esta eleição concorrem três candidatos presidenciais, nomeadamente, Filipe Nyusi, pela Frelimo – partido no poder, Afonso Dhlakama, pela Renamo – o maior partido da oposição no PaÁs e Daviz Simango, pelo MDM À“ Movimento DemocrÁ¡tico de Moçambique – a terceira maior força polÁtica emergente do PaÁs com assento no parlamento moçambicano.
Para as eleiçÁµes legislativas, concorrem 30 partidos, incluÁdos a Frelimo, Renamo e MDM, aliÁ¡s os únicos partidos que disputam os 250 assentos nos 13 cÁrculos eleitores incluindo África e resto do mundo.
A mulher moçambicana, população maioritÁ¡ria de acordo com o censo geral da população 2007, constitui um potencial eleitoral se comparado com o voto masculino.
O potencial da mulher foi alavancada pelos programas de emancipação da mulher e de empoderamento da mulher, no âmbito da implementação da polÁtica do género, em Moçambique, desde os primórdios da luta de libertação nacional.
Com efeito, em todos os pleitos eleitorais a mulher moçambicana tem marcado presença destacada tanto nas campanhas eleitorais dos candidatos presidenciais, como nas campanhas dos partidos polÁticos, com destaque para o Partido Frelimo que ainda na luta armada de libertação nacional engajou a mulher nas tarefas da revolução e na frente de combate.
Hoje por hoje, a mulher marca diferença nas caravanas polÁticas de caça ao voto.
O Distrito de Namaacha, na ProvÁncia de Maputo não foge Á regra. A mulher para além de mobilizar os eleitores indecisos, na opção a dar ao seu voto, estÁ¡ na dianteira na animação das caravas de campanha, através de apresentação de actividades culturais, da distribuição e colagem de material de propaganda tais como; cartazes, panfletos, dos sÁmbolos de partidos polÁticos e outros atractivos de caça ao voto do eleitorado.
Ana Paula Tembe é residente na localidade de Michangulene, no Distrito de Namaacha. Antiga secretÁ¡ria da Organização da Juventude Moçambique (OJM), apesar de não conhecer ainda o manifesto eleitoral, diz ter jÁ¡ escolhido, o partido de sua preferência para o qual tem estado a mobilizar mais apoiantes.
Ana Paula ariscou declarando que no Distrito de Namaacha apenas o seu partido estÁ¡ presente com actividades de campanha eleitoral e acrescentou: “… É possÁvel que haja apoiantes de outros partidos, mas ainda não se manifestaram, se calhar, a temer possÁveis represÁ¡lias por parte da oposição.À
O professor Fanuel Mathusse assegura que vai exercer o seu direito cÁvico, no próximo dia 15 de Outubro e jÁ¡ sabe em quem vai votar.
Mathusse faz notar ainda que o seu voto, por tradição, é destinado a um mesmo partido polÁtico.
A sua esposa, Isabel Nhabanga, afirmou que as suas escolhas, de alguma maneira, são também influenciadas pelas escolhas do marido pois segundo defende; “…não deve haver dois partidos numa mesma casa…À.
Isabel acrescentou que no dia em que o seu marido mudar a sua orientação de voto, ela também irÁ¡ seguir o seu exemplo.
Em relação Á mulher no poder, Fanuel Mathusse considera positivo que haja mulheres a ocupar cargos de chefia, desde que reúnam as condiçÁµes para tal.
Entretanto, defende que a presença feminina no parlamento nacional moçambicano, não deve ir para além de 30% porque, segundo defende Mathusse, as mulheres ainda são fracas na sua auto-estima, enquanto os homens estão em princÁpio predisponÁveis para exercer cargos de chefia e de tomada de decisão.
AliÁ¡s, 30 por cento de mulheres no parlamento moçambicano é a actual directiva do estatuto orgânica da presente legislatura.
A vereadora da Acção Social no Distrito de Namaacha, Anabela Mendes, tem uma opinião diferente a do Mathusse e defende que as mulheres deviam estar no parlamento na ordem de 60%,em relação aos mandatos da legislatura porque só assim elas poderão demonstrar as capacidades que detêm.
Contudo, admite Anabela Mendes, “… Quando é dado o poder Á s mulheres, elas receiam assumi-lo com medo de fracassar e pelo desencorajamento por parte de outras mulheres…À.
Ricardina Manuel apoia o envolvimento de mulheres nos cargos de chefia porque acredita nas competências da mulher para realizar tais feitos tal como os homens o fazem.
Contudo, Ricardina não se revê entre essas mulheres capazes porque confessa que não almeja ocupar tais cargos, ao mesmo tempo que sublinha que só ocuparia tais cargos se lhe chamassem e sem que ela faça algum esforço para lÁ¡ chegar.
Fanuel Mathusse declarou prestar, sempre que pode, apoio Á sua esposa, nos trabalhos domésticos porque concorda que o homem deve ajudar a sua mulher nos trabalhos domésticos.
Opinião contrÁ¡ria é de João Nguana que defende que só faria trabalhos domésticos se a esposa estivesse doente, caso contrÁ¡rio nunca.
Claro LuÁs é residente do Bairro de Kala Kala, na vila fronteiriça da Namaacha, no distrito do mesmo nome diz que gostaria de ver melhorado o sistema de abastecimento de Á¡gua, cuja distribuição é actualmente bastante precÁ¡ria.
Ana Paula Tembe reclama por sua vez, pela falta de edifÁcios que possam albergar as vÁ¡rias instituiçÁµes públicas no distrito, aliÁ¡s, este um dos principais problemas que gostaria de no próximo mandato, além da construção de mais escolas e hospitais públicas sobretudo.
Estes, alguns dos recados dados aos partidos polÁticos que até 12 de Outubro se fazem Á s ruas de Namaacha, na caça ao voto do eleitorado, rumo Á votação de 15 de Outubro próximo, para as quintas eleiçÁµes legislativas e presidenciais e as primeiras eleiçÁµes para as assembleias provinciais.
“Este artigo faz parte da serie especial do Serviço Noticioso da Gender Links sobre a formação da mÁdia em matérias de género e eleiçÁµes em Moçambique.”
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