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Maputo, 25 de Março: Falta de infra-estruturas sanitÁ¡rias constitui um dos entraves ao alcance das metas do Protocolo da SADC, sobre Género e Desenvolvimento, até 2015. De acordo com o protocolo, a região da SADC deve reduzir em 75 por cento as taxas de mortalidade materna até 2015. Em marcha desde o ano 2000, a Estratégia e o Plano Nacional de Redução da Mortalidade Materna e Neo-Natal, conduziu Moçambique a uma melhoria considerÁ¡vel do diagnóstico, referência e do tratamento das complicaçÁµes obstétricas, em perseguição das metas do protocolo.
Este panorama contribuiu, para um maior acesso a serviços de saúde de qualidade.
A redução da mortalidade materna que se verifica no PaÁs é também resultado de maior cobertura das consultas pré-natais, do número de controlos por grÁ¡vida e da cobertura no planeamento familiar. De acordo com o Ministro da Saúde, Alexandre Manguele apesar dos grandes investimentos na Á¡rea da saúde, a redução da mortalidade materna continua um desafio para o sector.
Precisou Manguele, Á¡ tÁtulo ilustrativo que os mil óbitos, em cada 100 mil nados vivos registados em 1990, significaram uma redução na mortalidade materna na ordem de 408 nados-mortos por 100 mil nados sobrevivos em 2011. Prosseguir com a redução dos casos de mortalidade materna é um desafio para o qual são chamados todos os intervenientes da sociedade em geral e do pessoal de saúde em particular porque estÁ¡ ao nosso alcance acelerar a redução da mortalidade materna no PaÁs.
Não obstante, o Ministro da Saúde de Moçambique reconhece a existência ainda, de alguns constrangimentos na componente saúde da mulher e da criança. Destacam-se dentre eles, de acordo com Manguele, a reduzida rede de infra-estruturas sanitÁ¡rias no PaÁs e o insuficiente número de recursos humanos, materiais e financeiros. Para além dos factores acima indicados, figuram ainda na lista dos elementos responsÁ¡veis pela fraca resposta da redução da mortalidade no PaÁs, a insuficiência de meios de comunicação, o baixo nÁvel de escolaridade entre as mulheres, influências negativas dos tabus, diferenças de género, os casamentos prematuros e o nÁvel de desenvolvimento socio-económico do PaÁs.
Entretanto, dados disponibilizados pelo Ministério Moçambicano da Saúde mostram que em 2012 os Ándices de mortalidade materna ainda continuavam preocupantes, o que abre espaço para incertezas nas famÁlias com mulheres em gestação. Com efeito, 14 mulheres ainda morrem por dia por causas ligadas a complicaçÁµes no parto e pós-parto, maioritariamente, por falta de assistência médica adequada. Os mesmos dados revelam ainda que em cada mil partos, pelo menos 100 nascem sem vida, pelas mesmas razÁµes.
Como uma das medidas para inverter este quadro sombrio, ainda durante o ano de 2012, o MISAU introduziu o atendimento personalizado e a maternidade modelo, pelo menos, em 122 unidades sanitÁ¡rias, institucionalizando deste modo os partos. Trata-se de atendimento personalizado e humanizado, onde as parteiras e todo o pessoal da saúde presta um serviço de qualidade que culminou com o incremento do número de partos institucionais. Todavia, ainda se reportam pelo PaÁs fora, casos de mulheres-gestantes que percorrem longas distâncias Á busca de uma maternidade e infelizmente, também dos maus tratos das enfermeiras assistentes de partos o que leva muitas mulheres a preferirem dar Á luz em casa, não obstante os riscos de vida que tal prÁ¡tica representa.
Ainda assim, os Serviços humanizados, no sector da saúde foram introduzidos com vista a encorajar as mulheres a se dirigirem Á s unidades sanitÁ¡rias para poderem gerar filhos, na sua mÁ¡xima segurança. AliÁ¡s, no que se refere Á saúde, o Protocolo da SADC sobre Género e Desenvolvimento exorta a todos signatÁ¡rios deste instrumento adoptar e implementar um quadro legislativo, polÁtico, programas e serviços para melhorar os cuidados de saúde de qualidade apropriadas, acessÁveis e sensÁveis nas relaçÁµes de género.
Foi pois com o desejo de contribuir também, para o alcance das metas do Milénio que Moçambique lançou, em 2008, a iniciativa presidencial para a saúde da mulher e criança, visando sensibilizar e convidar a todos os intervenientes sociais a se envolverem na defesa da saúde da mulher e da criança. JÁ¡ no ano 2009 foi lançada a campanha para a redução acelerada da mortalidade materna em África bem como, a parceria nacional para a promoção da saúde materno neo-natal e infantil em 2010, estavam deste modo a serem criadas as condiçÁµes para acelerar o progresso rumo Á redução da mortalidade materno e neo-natal, num PaÁs onde as prÁ¡ticas culturais, a falta de infra-estruturas, recursos humanos especializados e os nÁveis de escolaridade ainda constituem instrumentos que perpetuam a pobreza e a mortalidade materna.
Comment on Moçambique: Insuficiência de redes sanitÁ¡rias compromete metas do Protocolo da SADC sobre a mortalidade materna