Mozambique: Nem tamanho, nem idade, nem sexo é documento Uma mulher de questionamentos

Mozambique: Nem tamanho, nem idade, nem sexo é documento Uma mulher de questionamentos


Date: June 23, 2015
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Maputo, 23 June: Estava sentada na plateia uma menina de estatura baixa, olhar determinado e voraz, parecia ser apenas uma menina mas seus pronunciamento eram fortes e arrojados. Decidi aproximar me dela e desvendar que tinha de tao especial esta menina.

Dércia Materula nascida em 14 de Janeiro de 1992 é formada em Ciências da Informação pela Universidade Politécnica, tem apenas 23 anos. Na sua batalha pelo alcance de seus objectivos profissionais Dércia diz ter sofrido aquilo a que ela chama dupla descriminação, pois não era descriminada só por ser mulher mas também por ser “pequenina” fisicamente.

“Quando as pessoas falam comigo ao telefone ou por e-mail ficam pensam que sou uma grande mulher devido a forma como organizo os meus discursos, mas quando encontram me percebem que sou jovem apanham um susto e chamam- me MENININHA”. Disse Dércia sorrindo timidamente.

Dércia diz que chegou a ouvir comentÁ¡rios muito duros mas que nunca a deixavam em baixo, pelo contrÁ¡rio davam- na mais vontade de batalhar.

“Eu ouvia coisas muito duras como: Ela só entrou aqui porque é BONITINHA e ARRUMADINHA”.

A “bonitinha e arrumadinha”, como era conotada, provando que é capaz ela destacou- se em todas as organizaçÁµes onde trabalhou sendo agora a especialista de média mais jovem da IREX, organização onde trabalha actualmente. Na IREX a nossa pique na grande entrevistada conta que foi fazer o estÁ¡gio e no terceiro dia de estÁ¡gio foi promovida a trabalhadora e no sexto mês de trabalho passou a coordenadora de Género e Media.

“Inspiro- me na minha parÁ¡bola favorita que conta a estória de uma corrida onde havia vÁ¡rios corredores e onde a plateia gritava para um especialmente franzino, ‘Tu vais perder’ e no fim da corrida apenas um cortou a meta o mais franzino que quando se foi perguntar como ele o tinha feito descobriu- se que era surdo”.

“Prepara- te para os desafios e fecha os ouvidos, busca motivação interna, pesquisa, estuda, analisa, critica e reconhece as tuas motivaçÁµes”.

Os Artigos 29- 31: Media, Comunicação e Informação do protocolo da SADC sabre Género e Desenvolvimento, adoptado e 17 de Agosto de 2008. estabelecem que a alocação de recursos e orçamentos sejam sensÁ­veis ao género em todas as polÁ­ticas e leis de informação, comunicação e media. Ele requer a representação igual das mulheres em todas as Á¡reas e em todos os nÁ­veis do trabalho dos media, e para que mulheres e homens sejam dados voz de forma igual através dos media. O Protocolo requer que o aumento de programas para, por e sobre as mulheres e desafiando os estereótipos do género no media “

No âmbito dos artigos 29- 31 do protocolo da SADC, decorreu a secção de apresentaçÁµes sobre a Abordagem do Género na Média, onde participaram três jovens jornalistas mostrando que os médias são impulsionadores das boas prÁ¡ticas sobre assuntos relativos ao género.

A primeira apresentação foi feita pela Aida Matsinga jornalista do jornal Magazine Independente que exerce a atividade jornalÁ­stica hÁ¡ 5 anos. Na reportagem da Matsinga abordou a cerca do impacto das mudanças climÁ¡ticas no trabalho pesqueiro o que aumenta a dependência das mulheres que vivem da pesca. Como género não é só mulher Aida não limitou- se a falar só com mulheres na sua reportagem tendo conversado também com homem, destacando a importância de que todos caminhem juntos rumo ao desenvolvimento.

Leia Chigubo jornalista da RÁ¡dio Moçambique (RM) hÁ¡ 5 anos, abordou na sua reportagem sobre a feminização do HIV/SIDA intitulada “Mulheres Resgatam Auto- estima de Chókwe”, onde procura mostrar através da Associação Pedalar que o HIV/SIDA não é culpa das mulheres.

O fecho da secção coube a Silaide Mutemba que estÁ¡ no mercado de trabalho a 1 ano e actualmente presta serviços a RÁ¡dio Moçambique (RM), que trouxe a sua reportagem sobre rapariga e ensino que versa sobre a retenção da progressão académica da rapariga, dizendo achar mais importante a Educação antes da Liderança.

A mesa de jure é composta por SÁ­lvia De Aquine, Cremildo Churane e Hisaura Afonso.

“As apresentaçÁµes foram média mas embora o tenham sido tem muito potencial para avançar”. Cremildo Churane

“Gostei de ver que são jornalistas jovens que trazem matérias com abordagens interessantes.” SÁ­lvia De Almeida

Dércia Materrule, Aida Matsinga, Silaide Mutemba e Leia Chigubo são exemplos de como a luta pela igualdade de género é possÁ­vel.

Este artigo e parte da cobertura especial do Serviço de Noticias e ComentÁ¡rios da Gender Links durante a Cimeira do Protocolo da SADC sobre Género e Desenvolvimento em decurso em todos os PaÁ­ses da Região da SADC, providenciando noticias de actualidade todos os dia.

 


One thought on “Mozambique: Nem tamanho, nem idade, nem sexo é documento Uma mulher de questionamentos”

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