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Maputo, 27 de Outubro: Mulher Zimbabueana luta pelos seus direitos cÁvicos e pela equidade do género.
Como corolÁ¡rio dessa batalha rumo Á justiça social e pela sua dignificação na sociedade, a mulher zimbabueana, acaba de conquistar mais assentos no parlamento zimbabweano, com a eleição de 18 deputadas, na presente legislatura que de 17 passou a contar com 35 mulheres-parlamentares.
Assim, o parlamento do Zimbabwe, apesar de continuar dominado pelos homens, conta actualmente com pelo menos 30% da participação da mulher.
Com esta quota de representação feminina, o parlamento do Zimbabwe junta-se a outros mais de 30 paÁses do mundo que adoptaram o sistema de quota especial para elevar a representatividade da mulher nos órgãos decisórios.
De acordo com o Barómetro de 2014, do Protocolo de Género da SADC, Zimbabwe figura agora em quinto lugar, no que tange Á representação da mulher no parlamento, depois de Seychelles que lidera o ranking regional com 44 %, Africa do Sul, com 40 por cento, em segundo, Moçambique, com 39 por cento ocupa a terceira posição e Angola, com 37% é o quarto.
Devido a fraca aplicação da Declaração dos Chefes de Estado da SADC, assinada em Agosto de 2008, em Joanesburgo, na Africa do Sul, durante a XXVIII Cimeira, os estados membros adoptaram o Protocolo da SADC sobre o Género e Desenvolvimento.
O Protocolo defende que os Estados membros devem esforçar-se para que, até 2015, pelo menos 50 por cento dos cargos de decisão, nos sectores público e privado, sejam ocupados por mulheres.
Esta é uma quota difÁcil de alcançar na região, tendo em conta que a maioria dos parlamentos nacionais na SADC realiza até final do presente ano, as eleiçÁµes legislativas.
Apesar desse revés, o facto de atingir e nalguns casos ultrapassar a fasquia dos 30 por cento jÁ¡ representa de si, uma conquista da luta da mulher pela equidade do género.
Para tal hÁ¡ a destacar os, movimentos não-violentos de mulheres poderosas e bem-sucedidas no Zimbabwe, como é o caso do “Women of Zimbabwe AriseÀ, conhecido pela sigla inglesa WOZA.
Este movimento foi criado, no Zimbabwe em 2003 para, entre outros aspectos, desencadear uma luta pacÁfica pelos direitos da mulher e, por outro lado, proporcionar Á s mulheres uma voz audÁvel e unida no debate sobre as questÁµes que apoquentam a mulher no seu dia-a-dia.
O WOZA capacita igualmente as mulheres para liderarem o envolvimento comunitÁ¡rio na busca de soluçÁµes para a actual crise Zimbabueana e encoraja as mulheres a lutarem pelos seus direitos e liberdades.
Entretanto, as manifestaçÁµes do WOZA foram sempre reprimidas pelo regime do Presidente Robert Mugabe e muitas vezes resultaram em detençÁµes.
A fundadora do movimento WOZA, Jenni Williams foi detida no mÁnimo 40 vezes, mas nunca desistiu.
Actualmente o seu movimento cÁvico pela luta dos direitos da mulher zimbabueana estÁ¡, cada dia que passa, a lograr sucessos, juntando por cada marcha cÁvica, no mÁnimo dois mil manifestantes contra os cerca de 50 iniciais.
A fundadora do WOZA explicou ainda que o movimento feminino, no Zimbabwe, não se limita apenas a abordar questÁµes de natureza polÁtica.
Também, o WOZA se ocupa, de entre outras Á¡reas, de temÁ¡ticas como o saneamento do meio nas ruas e nas residências.
A vulnerabilidade das mulheres Zimbabueanas piorou nos finais da década 90 quando a economia do paÁs mergulhou numa crise sem precedente.
Jenni Williams anota, porém, que na Á¡frica Austral hÁ¡ uma evolução em relação Á s questÁµes sobre o género pois aqui – “… Estamos envolvendo os coraçÁµes e as mentes das mulheres do Zimbabwe para a construção dum amanhã melhor onde o amor governa, e o poder obedece…”.
A realização exitosa e periódica de eleiçÁµes multipartidÁ¡rias na África Austral, ao longo dos últimos dez anos, reflecte os esforços empreendidos por vÁ¡rios paÁses da região para a institucionalização da democracia.
A mulher na SADC, enquanto agente eleitoral, ainda precisa de uma atenção muito especial em termos da sua promoção no domÁnio do exercÁcio da cidadania.
ImpÁµe-se, por isso, um esforço, cada vez maior, para potenciar a mulher tendo em vista as lideranças da mulher a nÁveis cada vez mais altos na proporção de 50%.
É assim que a temÁ¡tica sobre género é parte de um plano estratégico da Comunidade dos PaÁses da África Austral e fortalece os grupos de mulheres e das comissÁµes do género dos parlamentos nacionais, para que desempenhem um papel eficaz quanto Á inclusão do género nos órgãos de decisão.
Jose Tembe é o editor da GL News Service dos paÁses lusófonos em Maputo. Esta história faz parte do Serviço de NotÁcias da Gender Links, oferecendo novos pontos de vista sobre o dia-a-dia da actualidade informativa.
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