
Apesar de oito dos 15 estados membro da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) terem promulgado leis anti-trÁ¡fico humano, o crime de trÁ¡fico humano ainda persiste na região, o que implica que se deve ser mais estratégico e criativo na forma como se aborda a questão.
Desde que se avançou para a criminalização do fenómeno do trÁ¡fico de pessoas para fins de escravatura sexual e trabalho forçado, os traficantes têm sido mais inovadores no que tange a prÁ¡tica deste crime hediondo. Os governos da região da SADC, incluindo Moçambique, implementaram vÁ¡rias medidas para estancar este mal mas mesmo assim o problema ainda subsiste.
Mais uma vez o mundo estÁ¡ a celebrar os 16 Dias do Activismo contra a Violência Baseada no Género, e certamente que mais uma vez o viés é de tal sorte que muitos homens sentirão que é “coisa de mulheresÀ.
Os 16 Dias de Activismo celebram a luta contra a Violência Baseada no Género, o mesmo que dizer luta contra a violência contra a mulher e rapariga visto estes serem os grupos mais vulnerÁ¡veis a todos tipos de violência, perpetradas quer pelos seus parceiros/parentes quer por desconhecidos.
Mas porque se diz que é “coisa de mulheresÀ? Durante muito tempo a luta pela promoção da igualdade e equidade do género foi campeado por feministas e organizaçÁµes feministas. Até que é possÁvel perceber a racionalidade das feministas: o mundo como o conhecemos é construÁdo socialmente com base num modelo androcêntrico centrado nos valores masculinos.
Os exames estão Á porta. Para muitas alunas e estudantes o dilema é o mesmo todos os anos: serÁ¡ que o professor ou docente X vai dar a nota que as habilite a transitar para o ano seguinte sem terem que dormir com ele?
Muitas delas não é porque são mÁ¡s alunas ou estudantes; é muito mais porque alguns professores e docentes armam ratoeiras ao longo do ano no sentido de coloca-las numa posição de vulnerabilidade e aÁ tirarem proveito da situação.
Neste mês de Outubro, Moçambique celebrou 20 anos de paz. HÁ¡ 12 anos, o mundo adoptou a Resolução 1325 do Conselho de Segurança das NaçÁµes Unidas, que encadeava a luz sobre o impacto do conflito armado sobre mulheres e raparigas.
Ainda o Mês da Paz não tinha terminado quando um acontecimento veio mostrar quão ténue é a certeza de que a paz veio para ficar: o lÁder da Renamo, Afonso Dhlakama, saiu de Nampula, onde havia montado a sua residência, para Gorongosa, uma das antigas bases do movimento armado.
Independente das questÁµes polÁtico-militares que a permanência de Dhlakama em Gorongosa encerra, um aspecto salta Á vista. No seio dos gritos que clamam por um diÁ¡logo entre a Frelimo e Renamo, nenhuma delas é de uma mulher.
Enquanto a nÁvel oficial os moçambicanos se juntavam para celebrar 20 anos de paz, o dia 4 de Outubro parece ter passado despercebido para muitos. Julgando pelos dados estatÁsticos sobre a pobreza no paÁs, é possÁvel arriscar o argumento de que muitos passaram o dia de barriga vazia.
O Secretariado Técnico de Segurança Alimentar (SETSAN), citado pelo Programa das NaçÁµes Unidas para a Alimentação (PMA) em Moçambique, a fome tem estado a afectar milhares de pessoas durante este ano. Segundo a representante do PMA em Moçambique, Lola Castro, 24 por cento da população moçambicana À“ cerca de seis milhÁµes de pessoas À“ sofreram algum tipo de segurança alimentar ao longo do ano.
A Á¡gua tem vindo a ser apontada como um lÁquido precioso que poderÁ¡ num futuro próximo ser um factor de instabilidade polÁtica e conflicto inter-estatal e intra-estatal.
O mais recente relatório do Conselho Nacional de Inteligência dos Estados Unidos da América sobre Á¡gua e segurança global argumenta que regiÁµes de África, Médio Oriente e Ásia Menor “irão enfrentar graves desafios em lidar com problemas de Á¡guaÀ, como resultado de crescimento populacional e demanda económica. “Estes desafios irão aumentar os riscos de instabilidade dentro e entre estados,À lê-se no relatório.
Em Moçambique, existem zonas onde hÁ¡ problemas sérios de escassez de Á¡gua. Chigubo, provÁncia de Gaza, é uma das zonas que mais se ressente da escassez de Á¡gua. Actualmente, o fardo da escassez recai sobre os ombros das mulheres e raparigas de Chigubo.
Os discursos oficiais que caracterizaram o Dia da Paz foram unânimes em sentenciar que a paz conquistada pelos moçambicanos veio para ficar. E quase todos concordaram que a paz é uma condição sine qua non que no tocante ao desenvolvimento.
Se olharmos do ponto de vista do calar das armas, posso até concordar que sim. Contudo, se considerarmos que a paz também pressupÁµe a ausência de pensamentos negativos, ira, desconfiança, acredito que estamos muito longe de atingir uma paz efectiva no paÁs. No meu entender, a paz não significa apenas o fim da guerra, mas sim um completo bem-estar do ser humano.
Este artigo pretende problematizar o papel da mulher na construção e consolidação da paz em Moçambique, num ambiente em que ela ainda vive como uma das principais vÁtimas da pobreza e da estigmatização social em termos de participação polÁtica, acesso a recursos e redistribuição da renda nacional.
Um clima de curiosidade sóbria carectarizava o Centro de Planeamento Familiar de Silhaus, em Harare, enquanto uma dezena de homens À“ jovens e adultos À“ esperavam pela sua vez Á sala de cirurgia de modo a terem o seu prepúcio cortado.
Na esteira de uma pesquisa que concluiu que a circumcisão reduz o risco de transmissão do HIV em cerca de 60%, a USAID começou a financiar um programa que visa circumcisar dois milhÁµes de zimbabweanos até 2015. Até Á data, 55 mil submeteram-se Á operação
Moçambique celebra no dia 4 de Outubro de 2012 20 anos de Paz desde a assinatura dos Acordos de Roma, em 1992, entre a Frelimo e a Renamo. O que significa a paz através do meu olhar feminino?
Sendo uma mulher e tendo sido educada numa sociedade matrilinear e, posteriormente, numa sociedade patrilinear, onde se ensina, acima de tudo, tolerância, sobretudo com os homens, fico muito preocupada nos últimos tempos quando me falam de tolerância. Entenda-se que nessa perspectiva a tolerância significa aturar, suportar.