CSW59: Mulheres jovens são cruciais na luta pela igualdade de género

CSW59: Mulheres jovens são cruciais na luta pela igualdade de género


Date: March 13, 2015
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Nova Iorque, 12 de Março: Na sua 59 ª Sessão da Comissão sobre o Status da Mulher (CSW), a organização das NaçÁµes Unidas junta-se ao chamamento, “Nada sobre nós sem nós”.

Pela primeira vez, na sua história, a sessão deste ano registou um recorde na participação juvenil, ao congregar cerca de 8 mil e 600 activistas da sociedade civil na reunião da Comissão sobre o Estatuto da Mulher, em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América.

Durante muitos anos, em processos importantes como estes, foi excluÁ­da a voz dos jovens, Á¡ favor dos adultos que dominaram as sessÁµes das NaçÁµes Unidas, até em assuntos de interesse para a juventude. Analistas acreditam que a participação de um elevado número de jovens, especialmente mulheres jovens, representa um passo positivo para a obtenção de resultados mais progressistas e sensÁ­veis que atendam Á s necessidades das geraçÁµes vindouras.

Todavia, enquanto os jovens estão felizes pelo maior acesso a CSW, outros ainda levantam preocupaçÁµes sobre a falta da sua participação efectiva na tomada de decisÁµes e sua exclusão em sessÁµes de alto nÁ­vel onde as polÁ­ticas são feitas.

“Estamos aqui, mas vedados de participar e contribuir nas importantes discussÁµes, que agora estão a ser realizadas Á  porta fechada” – lamentou Nive Sharat Chandran, Co-presidente da Organização das Moças da Ándia.

Chandran destacou reuniÁµes do governo e algumas sessÁµes de ONGs onde os jovens não podem participar. “Você só pode participar nalgumas sessÁµes de ONG`s por convite e estamos preocupados com a fraca presença da juventude entre os poucos convidados que participam nessas reuniÁµes”- denunciou Chandran que, por causa de convites limitados têm acesso Á s reuniÁµes Á  porta fechada, as mulheres idosas.

As jovens mulheres que como a Chandran participaram numa reunião cujo tema era: “Aumentar o DiÁ¡logo IntergeraçÁµes: capacitar a juventudeÀ, apelaram aos delegados para assegurarem uma boa presença de mulheres jovens nas reuniÁµes de tomada de decisÁµes crÁ­ticas.

“Por favor, façam lobby para levar os jovens a ter uma voz para que as suas preocupaçÁµes sejam reflectidas em cada polÁ­tica ou nas recomendaçÁµes a serem tomadas À‹À‹aqui”- ajuntou Chandran e seus colegas de painel em defesa da juventude.

FuncionÁ¡rios da ONU Mulheres presentes na reunião garantiram aos jovens que tomaram nota das inquietaçÁµes dos jovens neste fórum mundial.

Esta não é aliÁ¡s, a primeira vez que os jovens se queixam da sua exclusão nos principais processos de tomada de decisão, mesmo ao nÁ­vel das NaçÁµes Unidas.

“Embora tenhamos aceitado jovens nas grandes reuniÁµes como esta, ainda acho que os jovens só podem trazer problemas para tais reuniÁµes crÁ­ticas”- disse um dos delegados que desejava permanecer no anonimato.

Apesar disso, muitas mulheres da geração mais velha que deram a sua significativa contribuição para o movimento dos direitos das mulheres estão ansiosas em passar o seu testemunho para mulheres jovens.

A inclusão deliberada de mulheres jovens em processos como da CSW e dando-lhes voz, é o inÁ­cio da entrega do bastão. “Acho que estamos no caminho certo. Garantir que as mulheres mais jovens avancem com os direitos das mulheres, é assegurar que a luta vai continuar por muito tempo depois de nós. Esta chama garante que o fogo vai continuar a arder”- disse CecÁ­lia Onyango, uma participante do Quénia.

A maioria das defensoras mais antigas do movimento das mulheres admitiram que aderiram a esta causa jÁ¡ numa idade avançada, ainda assim determinadas a assegurar que não haja um vazio quando elas saÁ­rem da cena.

Chandran disse que foram os programas de liderança e de orientação executados pelas mulheres activistas mais velhas que a catapultaram para o movimento de mulheres.

Para Gema Loor Moreira de 17 anos de idade, o activismo nela também imigrou muito cedo. “Eu comecei a prestar atenção Á s violaçÁµes injustas e abusos de que as mulheres eram submetidas e percebi que movimentos de massas eram necessÁ¡rios para ajudar nas mudanças”- disse ela.

Maile Oumie Sissokho da All Girls Agenda de Gâmbia explicou que ser vÁ­tima de mutilação genital feminina e se envolver com outros activistas contra a prÁ¡tica, transformou-a numa defensora de género e dos direitos humanos. “Desde então, eu não olhei mais para trÁ¡s e aproveitei todas as oportunidades para fazer campanha contra a mutilação genital feminina e os casamentos forçados.”

Os feitos destas três jovens mulheres são em si uma prova da necessidade do movimento das mulheres permanecer vivo, ao mesmo tempo que esforços deliberados devem ser feitos para encorajar tanto homens como mulheres jovens a assumirem a liderança na luta pela igualdade de género.

Este artigo faz parte do Serviço de NotÁ­cias da Gender Links na cobertura especial da CSW59 que se realiza na sede da ONU em Nova Iorque, trazendo-lhe novas ideias sobre as notÁ­cias de todos os dias.

 


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