Moçambique: FÁ¡brica de anti-retrovirais vai beneficiar mulheres


Date: September 26, 2012
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Maputo, 26 de Setembro de 2012 À“ Em Julho uma fÁ¡brica de medicamentos anti-retrovirais entrou em funcionamente na cidade da Matola. A fÁ¡brica foi construÁ­da graças ao financiamento do Brasil.

Uma decisão importante que os responsÁ¡veis da fÁ¡brica tomaram foi declarar que na fase inicial far-se-Á¡ o empacotamento, armazenamento, controle de qualidade e distribuição do medicamento anti-retroviral, Nevirapina 200 mg.

A decisão de se começar com Nevirapina é importante na medida em que o vÁ­rus do HIV afecta cerca de 15 porcento de mulheres grÁ¡vidas no paÁ­s À“ entre 15 e 49 anos de idade. O medicamento Nevirapina consta do Protocolo Nacional de Tratamento de crianças infectadas e prevenção da transmissão de pais para filho. Cerca de 11.3 porcento dos 24 milhÁµes de moçambicanos sofrem da pandemia do HIV e SIDA, segundo dados do Conselho Nacional do Combate ao SIDA (CNCS).

Apesar de que o vÁ­rus do HIV ataca todas as camadas sócio-demogrÁ¡ficas, grande parte das afectadas e infectadas são mulheres com poucas posses para comprar os medicamentos no mercado. Pelo que, a eventual produção e comercialização no paÁ­s poderÁ¡ baixar consideveralmente as despesas do Estado resultantes da sua importação; o que poderÁ¡ permitir que o governo possa comprar mais medicamentos internamente e a baixo custo para distribuir por um maior número possÁ­vel de pessoas vivendo com o vÁ­rus do HIV.

Actualmente, o governo depende muito de recursos externos para financiar cerca de 97 por cento do programa de HIV e SIDA, e somente metade dos infectados têm acesso aos medicamentos anti-retrovirais. Espera-se que a produção da fÁ¡brica vai reduzir em 80 porcento as necessidades moçambicanas de importação de medicamentos anti-retrovirais.

Mas com a crise global a não mostrar sinais de amainar, vÁ¡rios paÁ­ses parceiros de Moçambique poderão começar a reduzir ou deixar de financiar o programa de HIV e SIDA moçambicano. E as primeiras indicaçÁµes disso parecem ser a recente decisão dos parceiros de cooperação de cortar o seu financiamento ao CNCS.

Este é um desenvolvimento que pode pôr cobro ao programa nacional do combate ao HIV e SIDA, principalmente no que tange ao programa TARV (Tratamento Anti-retroviral) para mães e crianças. Pelo que, a decisão de se construir uma fÁ¡brica de anti-retrovirais no paÁ­s é uma boa medida que pode ajudar o paÁ­s a encontrar respostas internas de estancar o alastramento do vÁ­rus do HIV.

Ademais, vai ajudar o paÁ­s a caminhar rumo ao alcance da Meta 7 dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) de té 2015, estancar e começar a inverter a propagação do HIV e SIDA. E vai também ao encontro do Declaração de Maseru sobre HIV e SIDA, e Protocolo da SADC sobre Género e Desenvolvimento que recomenda aos Estados Partes a assegurar o acesso universal ao tratamento do HIV e SIDA para mulheres, homens, raparigas e rapazes infectados.

Também a instalação da fÁ¡brica em Moçambique, um paÁ­s da SADC, poderÁ¡ ser um contributo Á  região da África Austral no combate ao HIV e SIDA. Estima-se 34 porcento de pessoas vivendo com o vÁ­rus do HIV vivam na região da SADC. A prevalência é maior entre as mulheres do que homens em 13 dos 15 paÁ­ses da SADC.

Bayano Valy é o editor do Serviço Lusófono da Gender Links. Este artigo faz parte do Serviço Lusófono da Gender Links


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