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Eu sou um menino de dez anos, filho único e órfão de pai hÁ¡ cinco anos. Dois anos após o falecimento do meu pai, minha mãe, uma professora e gestora dos negócios do meu falecido pai – o meu pai era dono de uma barraca muito movimentada – juntou-se ao senhor Ibrahim F. que passou a viver connosco.
Foi a partir daqui que as coisas mudaram. Minha mãe jÁ¡ não podia cuidar de mim porque o meu padrasto zangava com ela. É verdade que minha mãe tentava fazer o melhor por mim sempre que ele estivesse fora de casa.
De repente toda a fortuna deixada pelo meu pai passou a ser gerida pelo senhor Ibrahim, minha mãe jÁ¡ nem tinha acesso Á nada. A saúde dela começou a desgastar-se, e eu nem me apercebi da gravidade da sua doença. Um dia cheguei Á casa e a encontrei morta no meu quarto – pensei que ela apenas estava a repousar, ela estava linda deitada na minha cama e parecia estar a sorrir.
Tentei acordÁ¡-la em vão. O meu padrasto chegou Á casa e ao aperceber-se de que a minha mãe tinha morrido, chamou os vizinhos que o ajudaram a fazer o enterro.
Se enquanto minha mãe estava viva, a minha vida jÁ¡ era um inferno, imaginem depois da sua morte! O meu padrasto procurou um internato de irmãs para onde me enviou.
Quando regressei de férias, jÁ¡ não tinha casa, pois o meu padrasto estÁ¡ lÁ¡ a viver com a nova mulher e seus filhos.
Agora, estou a viver em casa de uma vizinha.
Esta estória faz parte da série das Estórias “Eu” produzidas pelo Serviço Lusófono de Opinião e ComentÁ¡rio da Gender Links para o 16 Dias de Activismo sobre Violência Baseada no Género.
GL Special Advisor @clowemorna opens the floor & breaks the ice in welcoming all the different grantees with their country's @WVLSouthAfrica Conference#GenderEqaulity#CSW69 pic.twitter.com/P9zDtXcIAy
— Gender Links (@GenderLinks) March 5, 2025
Comment on Moçambique:Padrasto tira herança do enteado