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O aquecimento global é certamente um problema global que requer soluçÁµes globais. Entretanto, hÁ¡ preocupaçÁµes acerca da atitude de alguns paÁses responsÁ¡veis por causar os problemas. O mundo desenvolvido fez contribuiçÁµes significativas as emissÁµes globais dos gases de efeito estufa (20 paÁses foram responsÁ¡veis por 72% das emissÁµes entre 1950 e 2000), mas a aceitação de responsabilidade e vontade de ajudar os paÁses mais vulnerÁ¡veis estÁ¡ a faltar.
Segundo a Agência Nórdica de Avaliação Ambiental, os dez primeiros paÁses emitiram 67.07% dos gases de efeito estufa mundiais em 2007. Isto inclui CanadÁ¡, China, Correia do Sul, Estados Unidos, Ándia, Reino Unido e Rússia. A Divisão de EstatÁsticas das NaçÁµes Unidas reportou que em 2011 a China contribuiu 23.33% das emissÁµes globais, seguido dos Estados Unidos (18.11%), União Europeia (14.04%), Ándia (5.7%) e Japão (4.01%).
É preocupante notar que alguns paÁses acima mencionados são os paÁses que não querem cometer-se ao segundo perÁodo do Protocolo do Quioto ou fornecer ajuda desesperadamente necessidade para a África se adaptar. Esta crise mostra que a sobrevivência dos povos e naçÁµes mais pobres estÁ¡ Á mercê dos paÁses poderosos que recusam aceitar que estão errados.
Por seu turno, a sociedade civil desempenha um papel importante de empurrar a agenda dos sem vozes. OrganizaçÁµes como a Greanpeace, Mupo Foundation, GenderCC e Assembleia de Mulheres Rurais fizeram grandes contribuiçÁµes em elevar a sensibilização sobre o dilema dos que serão mais afectados se os paÁses não se comprometer ao Fundo Clima Verde (FCV).
Se passos imediatos não forem dados para que o FCV arranque, os resultados serão certamente devastadores para a África e os seus povos, muitos dos quais são pobres e dependem do ambiente para a sua susbsistência. Agora que a COP17 terminou e se estÁ¡ a caminho do Rio +20, é tempo de prepararmos agendas polÁticas que assegurem que a justiça do género e climÁ¡tica seja alcançada.
Numa reunião com a sociedade civil, o Presidente sul-africano, Jacob Zuma, apelou fortemente que o FCV fosse um dos resultados da COP17. Indicou que existe uma “forma africana de encontrar soluçÁµes.”
Houve tempos quando as prisÁµes não existiam em África porque as pessoas sempre encontraram formas de dialogar. “Em minha opinião, as prisÁµes foram criadas porque as pessoas falharam em encontrar soluçÁµes com sentido, pelo que, se encarcera as pessoas como forma de lidar com elas,” disse. Em África, quando havia problemas, as comunidades sentavam e discutiam uma forma de resolver o problema.
Zuma usou a analogia de uma estória tradicional de um marido quando encontrava a sua mulher com um outro homem. Havia um processo de deliberação e auscultação com os idosos para se encontrar o melhor caminho. Embora o esposo tivesse todo o direito de pegar em sua lança e matar o homem, ao invés de usar a violência, as pessoas conversavam.
O homem encontrado na cama com a mulher do outro tinha uma oportunidade para explicar as suas acçÁµes. “Foste encontrado a dormir com a mulher deste homem, porque fizeste isso?” perguntavam os idosos. “Fui tentado, e o que fiz estava errado. Peço perdão e garanto-vos isto não volta a acontecer,” seria a resposta do homem.
Os idosos então perguntavam a mulher porque tinha feito o que fez. Ela podia responder dizendo que “Estou muito arrependida por envergonhar a mim, meu marido e minha comunidade. Também fui tentada. Peço perdão.” Tão estereotipado, não?
Depois da conversa, os idosos podiam dizer ao homem para trazer uma cabeça de gado para o chefe degolar como forma de purificar a casa de feitos malignos. Também comandariam a esposa para fornecer uma cabeça de gado para ser degolada de modo a purificar a comunidade das suas acçÁµes injustas. Quanto ao marido, ser-lhe-ia dito para deixar a lança do lado porque o problema tinha sido resolvido.
Entre fortes aplausos, Zuma concluiu que o aquecimento global requer uma abordagem similar para se lidar com a questão da justiça climÁ¡tica. Zuma disse que, Á semelhança dos ofensores na estória, os paÁses responsÁ¡veis pelo aumento das temperaturas na terra deviam ser honestos e assumirem responsabilidade pelas suas acçÁµes.
“Se é dinheiro que se requer (é requer-se), estas naçÁµes deviam fornecer compensação e aceitar os crimes que cometeram.” Uma “forma africana de encontrar soluçÁµes” pode ser a resposta para se assegurar a paz e justiça para a terra e os que carregam o fardo dos impactos das mudanças climÁ¡ticas.
Ticha Tsedu é uma estagiÁ¡ria na Gender Links. Este artigo faz parte do Serviço de Opinião e ComentÁ¡rio da Gender Links.
📝Read the emotional article by @nokwe_mnomiya, with a personal plea: 🇿🇦Breaking the cycle of violence!https://t.co/6kPcu2Whwm pic.twitter.com/d60tsBqJwx
— Gender Links (@GenderLinks) December 17, 2024
Comment on Precisa-se diÁ¡logo aberto e com responsabilização para as soluçÁµes climÁ¡ticas